
"Asfalta Manaus": Prefeitura de Manaus renova contratos em investigação
- 19-05-2025 13:12
A gestão do prefeito David Almeida (Avante) renovou 13 contratos com empresas do programa "Asfalta Manaus", totalizando R$ 144 milhões, mesmo com o Ministério Público do Amazonas (MPAM) investigando possíveis irregularidades na transparência das obras. Os novos aditivos, publicados no Diário Oficial do Município (DOM) entre 14 e 16 de maio, ocorreram sem que a Prefeitura respondesse a pedidos de informações do MPAM sobre o cronograma e o plano de ação do programa, que já consumiu mais de R$ 200 milhões em recursos públicos.
DETALHES DAS RENOVAÇÕES:
Os contratos foram assinados pelo secretário em exercício da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), Heliatan Botelho Correa, e distribuídos em três lotes:
- 14 de maio: Tercom Terraplenagem (R$ 12,9 milhões), Construtora Rio Piorini (R$ 32,5 milhões), Mabole Construções (R$ 11,6 milhões), CHR Alugueis de Máquinas (R$ 4,9 milhões) e Locamix Serviços (R$ 8,7 milhões), somando R$ 70 milhões.
- 15 de maio: Solo Aluguel de Máquinas (R$ 12,6 milhões), Planar Terraplenagem (R$ 11,7 milhões), Nale Construtora (R$ 6,7 milhões) e Aguiar e Bezerra Engenharia (R$ 4,9 milhões), totalizando R$ 36 milhões.
- 16 de maio: RNC Construtora (R$ 6,1 milhões), Cintra Comércio (R$ 9,6 milhões), Terra Sólida (R$ 16,2 milhões) e CDC Empreendimentos (R$ 5,7 milhões), alcançando R$ 37 milhões.
MPAM APONTA FALTA DE TRANSPARÊNCIA
O inquérito civil, prorrogado pelo MPAM, investiga a "suposta irregularidade e/ou ilegalidade na transparência" do programa, destacando dificuldades em obter informações sobre o cronograma físico-financeiro e o andamento das obras. A portaria do órgão menciona que ofícios anteriores não foram respondidos pela Prefeitura, reforçando a necessidade de continuar as investigações.
CRÍTICAS À DISTRIBUIÇÃO DESIGUAL DE OBRAS
O vereador Coronel Rosses (PL) denunciou na Câmara Municipal a concentração de falhas em áreas periféricas. Segundo ele, o levantamento aponta que obras são licitadas, pagas, mas não executadas ou abandonadas sem justificativa. "Isso escancara a desigualdade na infraestrutura das periferias", afirmou. O parlamentar questionou ainda a efetividade das empresas contratadas, sugerindo que parte dos serviços não sai do papel.
CONTEXTO
O programa "Asfalta Manaus" é alvo recorrente de questionamentos sobre a aplicação de recursos. Enquanto a Prefeitura insiste na renovação dos contratos, moradores e órgãos de controle aguardam respostas sobre como os mais de R$ 344 milhões investidos desde o início do programa estão sendo utilizados. A falta de clareza nos cronogramas e a ausência de prestação de detalhes técnicos alimentam suspeitas de má gestão.