
Menino autista de 4 anos é encontrado amarrado em banheiro de escola
- 09-07-2025 12:57
Nesta segunda-feira (7), um caso chocante de maus-tratos contra uma criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA) foi registrado em uma escola do bairro Iguaçu, em Araucária, Região Metropolitana de Curitiba. Um menino de apenas quatro anos, não verbal, foi encontrado amarrado pelos pulsos e pela cintura dentro de um banheiro da escola onde estudava há quase três anos.
A denúncia partiu de um informante anônimo, e ao chegar no local, a Guarda Municipal (GM) flagrou a criança sozinha, presa a uma cadeira com tiras de tecido. O frio e o isolamento da criança agravaram a gravidade da situação, conforme relatou o conselheiro tutelar Vanderlei Chefer:
“Ela estava de roupa, mas era um ambiente gelado. Aqui tem feito muito frio. Não sabemos por quantas horas ele ficou ali dentro”.
Professora confessa e é presa por tortura
Segundo a GM, a professora responsável confessou que amarrou a criança por estar “muito agitada” e alegou ter tomado a atitude com a suposta autorização da pedagoga da escola. Ela foi presa em flagrante sob acusação de tortura e encaminhada à Delegacia da Polícia Civil. Durante o depoimento, preferiu ficar em silêncio e aguarda audiência de custódia.
Já a pedagoga, embora citada como conivente, foi ouvida e liberada pela polícia. A investigação segue para apurar a responsabilidade da direção escolar.
Casos anteriores: maus-tratos recorrentes?
Após a repercussão, os pais do menino, Mirian de Oliveira Ambrozio e seu marido, relataram que receberam novos vídeos, indicando que a prática de amarrar a criança já havia ocorrido anteriormente.
Segundo a mãe:
“Na sexta-feira ele foi amarrado também. Estava mamando amarrado, outra pessoa segurando a mamadeira para ele. É um arrependimento de ter colocado ele nessa escola”.
Medidas imediatas e investigação
A escola suspendeu as aulas temporariamente na unidade nesta terça-feira (8). A direção da instituição, de acordo com a Guarda Municipal, colaborou com a investigação. O Conselho Tutelar acompanha o caso e o menino passa por atendimento e acolhimento especializado.