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Caso Madeleine McCann: 18 anos depois, novas provas surgem e investigadores pedem reabertura do caso

  • 09-05-2025 21:59

Dezoito anos após o desaparecimento da britânica Madeleine McCann, uma reviravolta reacende a esperança de solucionar o caso. A menina, então com quase quatro anos, desapareceu em maio de 2007 durante férias com a família em um resort na Praia da Luz, região do Algarve, em Portugal.

Nesta semana, o jornal britânico The Sun revelou que novas evidências foram encontradas pela polícia alemã durante investigações sobre Christian Brueckner, principal suspeito do desaparecimento. Brueckner viveu por vários anos em Portugal, inclusive nas proximidades da Praia da Luz, e foi apontado como suspeito em 2020. Apesar disso, nunca foi formalmente acusado e nega qualquer envolvimento no caso.

Novas provas

As novas evidências vieram à tona em um documentário produzido pelo The Sun e incluem o conteúdo encontrado em uma fábrica desativada comprada por Brueckner no interior da Alemanha, em 2008. As descobertas foram descritas como “perturbadoras” e revelariam uma possível obsessão do suspeito com crianças. Entre os materiais estão textos sobre sequestro, imagens de abuso infantil, fotos de meninas entre quatro e cinco anos, brinquedos, bicicletas infantis, armas e um disco rígido.

Além disso, um GPS teria revelado deslocamentos suspeitos de Brueckner pelo Algarve nos anos seguintes ao desaparecimento de Madeleine. Também foi encontrada uma foto dele nu na Barragem do Arade, localizada a cerca de 56 quilômetros da Praia da Luz.

Outro indício considerado relevante é um pedido de indenização de seguro feito por Brueckner após um acidente com seu motorhome em um festival na Espanha, em 2008. Segundo o The Sun, uma testemunha teria ouvido uma confissão relacionada ao caso durante esse evento.

Mesmo com esse novo material, especialistas em investigação criminal ressaltam que se trata de provas circunstanciais — ou seja, indícios que sugerem motivação e comportamento suspeito, mas que ainda não ligam diretamente o suspeito ao crime ou à vítima.

Prisão atual e urgência na investigação

Atualmente, Christian Brueckner cumpre pena de sete anos na Alemanha por estupro cometido em 2005, também em Portugal, crime não relacionado ao caso McCann. Investigadores alemães temem que, com o fim da pena previsto para setembro deste ano, o suspeito possa ser libertado antes que haja provas suficientes para um novo julgamento.

Diante disso, autoridades alemãs pressionam investigadores britânicos para intensificarem os esforços e avaliarem a possibilidade de reabrir oficialmente o caso.



Linha do tempo do caso Madeleine McCann

2007 – Desaparecimento
Madeleine McCann desaparece do apartamento onde estava hospedada com os pais e irmãos gêmeos na Praia da Luz. Kate e Gerry McCann estavam jantando com amigos em um restaurante próximo.
Os pais chegam a ser investigados pela polícia portuguesa, mas não há provas contra eles.

2008 – Denúncia ignorada
Helge Büsching denuncia Christian Brueckner após ouvir uma declaração suspeita em um festival na Espanha: “Sim, ela não gritou”. A denúncia é ignorada.

2011 – Operação Grange
O governo britânico cria uma força-tarefa na Scotland Yard para reavaliar o caso. A operação é batizada de “Grange”.

2017 – Denúncia reconsiderada
A denúncia de Büsching ganha relevância. Ele afirma ter vivido perto da Praia da Luz e conhecido Brueckner pessoalmente.

2019 – Série documental
A Netflix lança O Desaparecimento de Madeleine McCann, documentando os principais pontos da investigação.

2020 – Principal suspeito
A polícia alemã anuncia oficialmente Christian Brueckner como principal suspeito. Ele está preso por estupro, mas nega envolvimento no desaparecimento de Madeleine.

2023 – Pedido de desculpas aos pais
Policiais portugueses pedem desculpas formais a Gerry McCann em Londres pelo tratamento dado a ele e à esposa durante as investigações iniciais.

Fevereiro de 2024 – “Falsa Madeleine”
A polonesa Julia Faustyna alega ser Madeleine McCann. Exames de DNA provam que a jovem não tem relação com a menina desaparecida. Julia é posteriormente detida por perseguição no Reino Unido.

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