
Sister Hong: entenda o caso de chinês que fingia ser mulher e gravava encontros com homens
- 21-07-2025 13:49
Um caso bizarro e alarmante ganhou repercussão internacional após um homem de 38 anos ser preso por fingir ser mulher para marcar encontros sexuais com outros homens, gravar os atos sem consentimento e vender os vídeos na internet. O caso, que ficou conhecido nas redes sociais como “o escândalo de Sister Hong”, viralizou na China e em Taiwan, antes de ganhar os holofotes da imprensa global.
Segundo comunicado oficial divulgado pelo Departamento de Segurança Pública da China, a prisão ocorreu no dia 5 de julho, mas o caso só foi confirmado oficialmente três dias depois, após uma série de boatos e especulações nas redes sociais.
Modus operandi: filtros, maquiagem e voz modificada
De acordo com a polícia, o homem se apresentava com o apelido de “Sister Hong” em aplicativos de relacionamento, alegando ser uma mulher divorciada em busca de um novo relacionamento. Para se passar por mulher, ele utilizava uma combinação de perucas, maquiagem, filtros digitais e software de modulação de voz.
Após conquistar a confiança das vítimas, ele marcava encontros em seu apartamento, onde os atos sexuais ocorriam. O acusado pedia apenas pequenos “presentes simbólicos”, como caixas de leite, frutas e garrafas de óleo de cozinha, sem exigir pagamento em dinheiro. Em muitos casos, os homens aparentemente descobriam que se tratava de um homem disfarçado, mas seguiam com os encontros.
O que os parceiros não sabiam era que os atos estavam sendo gravados sem autorização. Os vídeos eram, posteriormente, vendidos por cerca de 150 yuan (equivalente a R$ 116) em plataformas clandestinas da internet.
Centenas de vítimas e boatos desmentidos
Inicialmente, circulou nas redes sociais a informação de que Sister Hong teria gravado 1.691 homens e que 11 pessoas haviam sido infectadas com HIV. As autoridades, no entanto, negam esses números. Segundo o comunicado da polícia de Jiangning, as investigações apontam para “centenas” de vítimas, mas ainda não há confirmação exata.
Além disso, não há evidências de que o acusado seja portador do HIV, e a polícia classificou essas alegações como “rumores infundados que agravam o pânico público”.
A divulgação do caso causou uma verdadeira avalanche de repercussão nas redes sociais chinesas. Após a prisão de Sister Hong, uma montagem com centenas de rostos de supostas vítimas começou a circular online. Esposas e namoradas começaram a confrontar seus parceiros em vídeos e transmissões ao vivo, expondo-os publicamente.
Muitos dos homens identificados sofreram rompimentos amorosos, humilhações públicas e linchamentos virtuais, com efeitos duradouros em suas vidas pessoais e profissionais.
Possíveis crimes e pena
Inicialmente, o acusado foi preso sob acusação de divulgação de material obsceno, crime que pode resultar em uma pena de até 10 anos de prisão. No entanto, juristas chineses ouvidos pela imprensa local afirmam que ele pode ser enquadrado em até sete crimes, incluindo:
• Invasão de privacidade
• Violação de direitos de imagem
• Extorsão
• Fraude
• Prática de prostituição (caso os “presentes” sejam considerados forma de pagamento)
As investigações continuam, e as autoridades afirmam que outros envolvidos na cadeia de distribuição dos vídeos também podem ser responsabilizados.