Em um evento do Partido Novo realizado nesta manhã para o lançamento da pré-candidatura do senador Eduardo Girão ao governo do Ceará, a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, atual presidente do PL Mulher, foi surpreendentemente tratada como “presidenciável”. A menção partiu do deputado Deltan Dallagnol, que, ao usar a palavra, saudou os “presidenciáveis presentes” no local, referindo-se explicitamente a Michelle e ao governador de Minas Gerais, Romeu Zema, também do Novo.
A declaração causou reação imediata. Michelle, visivelmente surpresa, questionou em voz baixa, fora do alcance do microfone: “Eu, presidenciável?”. A pergunta, no entanto, foi ouvida e prontamente respondida por Deltan, que, já no microfone, afirmou: “Pra gente é”. O episódio, ocorrido na presença de Zema – que nutre suas próprias ambições presidenciais para 2026 –, acabou por deslocar os holofotes do governador para a ex-primeira dama, que mobilizou as atenções e deixou o correligionário em segundo plano.
O evento contou ainda com a presença de outras figuras proeminentes da direita, como a senadora Damares Alves e o deputado Sóstenes Cavalcante. A reunião serviu como palco para discutir a formação de uma “frente ampla” entre partidos de direita, com o objetivo declarado de “tirar a esquerda do poder” no estado do Ceará.
O contexto cearense justifica a estratégia da oposição. O estado tem sido administrado por partidos de esquerda nos últimos anos, com governos de Camilo Santana (PT) entre 2015 e 2022, Izolda Cela (PDT) de 2022 a 2023, e atualmente por Elmano de Freitas (PT), desde 2023. A articulação política, portanto, busca unir forças para romper com essa hegemonia nas próximas eleições.






