
Invocação do Mal 4: entenda o caso real por trás do novo filme
- 14-05-2025 08:50
Poucos desconhecem o infame universo de terror criado por Invocação do Mal. Estrelada por Vera Farmiga e Patrick Wilson, a franquia acompanha os casos sobrenaturais investigados pelos renomados demonologistas Ed e Lorraine Warren. Com base em eventos reais, a saga conquistou público e crítica ao oferecer uma nova abordagem ao gênero, resgatando elementos clássicos sob uma perspectiva contemporânea.
Após três filmes principais e diversos spin-offs que expandiram o universo dos Warren, a história caminha para sua conclusão com Invocação do Mal 4: O Último Ritual. Previsto para estrear nos cinemas em 4 de setembro, o longa promete retratar um dos casos mais aterrorizantes já enfrentados pelo casal: a assombração da família Smurl.
Esse caso real envolve Jack e Janet Smurl, moradores de West Pittston, Pensilvânia, que alegaram viver entre 1973 e 1989 em uma casa assombrada por uma entidade demoníaca. Os relatos ganharam atenção nacional, sendo investigados não apenas pelos Warren, mas também por religiosos, psicólogos e cientistas céticos, que ofereceram explicações alternativas. A história chegou a ser registrada no livro The Haunted e adaptada para um filme pela antiga 20th Century Fox.
Segundo os Smurl, os fenômenos começaram logo após a mudança para a casa na Chase Street, em 1973. Barulhos inexplicáveis, odores fortes e episódios violentos marcaram o cotidiano da família, incluindo ataques ao cachorro, quedas misteriosas e até agressões físicas e sexuais.
Em 1986, após anos de tormento, Ed e Lorraine Warren foram chamados para investigar. Ed descreveu o demônio como “extremamente poderoso”, relatando quedas bruscas de temperatura, movimentações de móveis e espelhos, e até uma mensagem ameaçadora da entidade. Os Warren também gravaram fitas de áudio com supostos ruídos sobrenaturais.
Como em muitos dos casos do casal, os relatos despertaram o ceticismo de especialistas. O professor Paul Kurtz, da Universidade Estadual de Nova York e presidente do Comitê de Investigação Científica de Alegações Paranormais, afirmou que os Warren não eram investigadores imparciais ou qualificados, sugerindo que tudo não passava de uma farsa semelhante ao caso de Amityville. Kurtz sugeriu que os fenômenos poderiam ser explicados por alucinações, distúrbios neurológicos ou tensões familiares, e recomendou tratamento psicológico para os envolvidos. Jack, inclusive, passou por cirurgia cerebral em 1983 devido a complicações de uma meningite na infância.
Stephen Kaplan, do Instituto de Parapsicologia da América, também considerou o caso uma fraude, enquanto o psicólogo Robert Gordon observou que muitas pessoas recorrem à demonologia para justificar dificuldades pessoais e familiares. Representantes da Igreja Católica da Diocese de Scranton não encontraram evidências concretas durante visitas à residência. Um padre chegou a passar duas noites na casa sem presenciar qualquer evento anormal. Janet, no entanto, alegou que um exorcismo havia sido tentado três vezes — sem sucesso, já que o demônio supostamente se movia entre residências e seguia a família onde quer que fossem.
Apesar de alegarem esgotamento diante da exposição midiática, os Smurl publicaram o livro The Haunted em parceria com os Warren e o autor Robert Burran. A obra, no entanto, foi criticada por sua falta de evidências e qualidade narrativa. Em 1987, Janet relatou que, embora a situação tivesse melhorado, ainda ouviam batidas e viam sombras em casa. Em 1988, a família se mudou para Wilkes-Barre. A nova proprietária da casa, Debra Owens, afirmou nunca ter presenciado nada fora do comum.