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Erika Hilton cobra ação do governo Federal após morte de adolescente por homofobia

  • 08-07-2025 09:31

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) acionou oficialmente o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) para que acompanhe as investigações sobre a morte do adolescente Fernando Vilaça da Silva, de 17 anos, vítima de um ataque homofóbico ocorrido no bairro Gilberto Mestrinho, Zona Leste de Manaus. O jovem faleceu no último sábado (5), três dias após ser brutalmente agredido por um grupo de rapazes ainda não identificados.

Segundo relatos da família, Fernando foi abordado na quarta-feira (3) ao sair de casa para comprar leite. Durante o trajeto, foi insultado com ofensas homofóbicas. Ao questionar o motivo de estar sendo chamado de “viadinho”, foi violentamente espancado. O ataque resultou em traumatismo craniano, hemorragia e edema cerebral, conforme consta no boletim de ocorrência.

A morte do adolescente gerou forte comoção nas redes sociais e reacendeu o debate sobre a escalada da violência motivada por LGBTfobia no Brasil. No país, segundo dados do Grupo Gay da Bahia (GGB), o número de mortes violentas de pessoas LGBTQIA+ segue entre os mais altos do mundo.

Parlamentar denuncia ações cruéis no velório

Por meio de uma publicação em sua conta no X (antigo Twitter), Erika Hilton lamentou o ocorrido e informou que protocolou um pedido formal ao MDHC, solicitando o acompanhamento do caso e medidas de proteção à família da vítima.

“É dilacerante pensar que uma pessoa, que tinha a vida toda pela frente, teve sua trajetória interrompida por questionar o porquê de estarem lhe chamando de ‘viadinho’”, escreveu a deputada.

A parlamentar ainda revelou um episódio que chocou a comunidade local: segundo denúncias recebidas por seu gabinete, pessoas ligadas aos agressores — já identificados e atualmente foragidos — teriam comparecido ao velório de Fernando apenas para filmar o caixão.

“É revoltante saber que pessoas foram ao velório apenas para filmar, sob ordens de quem o agrediu. Isso é desumano”, denunciou Hilton.

Ela também colocou seu mandato à disposição da família. “Aos familiares de Fernando, dedico os meus mais sinceros pêsames e coloco o meu mandato à disposição para tudo que nos for possível”, completou.

Jovem era conhecido pelo carinho com animais

Fernando Vilaça era descrito pela família como um jovem tranquilo, carinhoso e solidário. Ele cuidava de dez gatos e dois cachorros, usando parte dos recursos do programa federal Pé-de-Meia, voltado ao incentivo da permanência de estudantes na escola.

A Polícia Civil do Amazonas segue investigando o caso como um possível crime de homofobia, o que pode agravar a pena dos agressores caso sejam presos e condenados. Apesar de os suspeitos já estarem identificados, permanecem foragidos.

A família de Fernando, devastada, pede justiça e ações efetivas de proteção para jovens LGBTQIA+. O caso se soma a uma série de episódios de violência que, ano após ano, evidenciam a vulnerabilidade dessa população no Brasil.

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